3600 quilômetros de aventura em uma 150 cilindradas

Iratiense fez o percurso até montevideo, no uruguai,em uma motocicleta 150 cilindradas...

Já dizia o “filósofo”: viajar de moto é o desejo de muitos, mas poucos têm a coragem. Do seleto grupo daqueles que não passam vontade, Tiago Mateus Pereira, 29 anos, sai à frente por sua determinação, coragem e bom humor para enfrentar os obstáculos que surgem em sua vida.

(Sim, tem fotos... O problema é que não estou consiguindo carregá-las no momento. Em breve, mais provavelmente, amanhã.... Agora é hora de ir para o Jornal da Manhã)


Sem se preocupar com o que “coxinhas” de nariz empinado falam sobre longas viagens, o iratiense resolveu dar um “pulinho” no Uruguai para rever amigos feitos ao longo dos seis meses em que morou naquele país.


Para muitos, nada de especial, mas não é só isso. Os 3600 Km rodados foram percorridos em uma moto de 150 cilindradas, afinal, como o próprio Tiago costuma dizer, não importa a cilindrada da sua moto e sim o espírito e a coragem do motociclista.


O líder de produção fez a viagem de Irati (PR) a Montevideo, no Uruguai, em três dias, saindo da cidade paranaense no dia 18 de março, uma sexta feira à noite, e chegando ao seu destino no domingo, dia 20.


3600 Km em uma 150 cilindradas?

Exatamente! Nada de grandes estradeiras, bagageiros ou outros apetrechos e pinduricalhos em sua moto. Segundo Pereira, o custo da viagem foi de aproximadamente R$ 500, contando gasolina, pedágio, hotel e a alimentação.

Motivado pela paixão pela estrada, Tiago se lançou na aventura e foi ao encontro da liberdade e dos amigos uruguaios. Com uma moto 150 cilindrada, Tiago não teve medo do percurso. “A paixão pelo motociclismo me motivou e a estrada é boa”, complementa.

Ao longo da viagem algumas coisas chamaram a atenção do nosso aventureiro. Tiago informa que de Irati a Montevidéu foram gastos apenas R$ 28 em pedágio. “Gastei bem menos do que na viagem feita para Cascavel (R$ 60)”, compara. O preço e a qualidade da gasolina no país vizinho foi outra coisa que deixou Pereira impressionado. “O litro do combustível custa R$3, 90 (na ocasião), mas a gasolina é pura e deixa a moto mais forte, potente”, afirmou o motociclista ao RNR.


Histórias da viagem


Um local repleto de parreirais, fuscas e Chevetes, igrejas e monumentos históricos. Foi assim que o viajante descreveu o local. Antes de encarar a longa jornada, a maior distância que havia percorrido tinha sido de 400 Km, até Cascavel, para um encontro de motos. Para o país vizinho, Tiago optou por ir sozinho, pois o grupo de motociclistas do qual fazia parte se dissipou.

Depois de revisar a sua moto, sob a bênção da tia, pegou a estrada. Passou a noite em Campo Largo e logo pela manhã seguiu pela BR-101. Na Serra de Garuva enfrentou congestionamento e acidentes, devido aos deslizamentos que ocorreram no local em um período de fortes chuvas. Passou por Joinvile, Barra Velha, Navegantes, Itajaí e Camboriú, até chegar à capital catarinense, Florianópolis. “Floripa é um lugar maravilhoso”, empolga-se. Seguindo viagem, próximo a Laguna, encontrou motociclista que iam a um encontro de motos em Gravatal. Ali mesmo na beira do asfalto,conversaram, registraram o encontro com uma foto e seguiram seus destinos.

A viagem e suas surpresas


No Rio Rrande do Sul, Tiago destaca um túnel de três quilômetros pelo qual teve o prazer de passar. Pela BR-290 foi até Porto Alegre e, então, pela BR- 116, chegou a Pelotas, onde dormiu em um pequeno hotel. “Nesse trajeto não enfrentei nenhum perigo na estrada. Já era noite quando parei, mas foi tudo muito tranquilo”, destaca.

Na passagem pela estação ecológica do Taim, vi muitos animais selvagens cruzando a estrada, principalmente capivaras. O maior susto foi passar por um enxame de abelhas e acabar com oito delas dentro do capacete. “Mas eu consegui manter a calma, parar a moto e tirar o capacete, sem ser picado por nenhuma abelha”, ilustra. Outro susto foi quando Pereira estava passando por uma pequena comunidade. “Senti um impacto forte no capacete e pensei que era um tiro, mas foi só um besouro”, ri ele ao lembrar.

No domingo tomou café no hotel e voltou para a estrada, seguindo por 275 Km de retas planas ladeadas de plantações de arroz. “Neste momento você não vê o fim da estrada, só tem posto de gasolina a cada 150 KM e encontrei só 14 caminhões em todo esse percurso. Meu único medo era que furasse o pneu, por que o restante era muito tranquilo”, destaca.


A ultima parada em solo brasileiro foi em Santa Vitória do Palmar, antes de Chui, divisa com o Uruguai, onde almoçou, pois, segundo o nosso aventureiro, é o ultimo lugar onde se encontra feijão.


Ao ultrapassar a fronteira ele ficou um pouco inseguro por não precisar da Carta Verde, um seguro que indeniza o “forasteiro” em caso de acidente em outro país.


Já em solo uruguaio, estrada Rota 09, Tiago rodou por quarenta Km e teve uma surpresa: uma pista de avião no meio do asfalto. “Era uma pista de escape e eu nunca tinha visto nada parecido. Havia uma placa dizendo pista de voo, pedindo para não estacionar”, explica.


No caminho encontrou o forte Santa Tereza, construído em 1762, e que serviu de campo de treinamento para o exército uruguaio. Passou ainda por Ponta del Diablo e seguiu por Piriapóles, viajando agora pela beira mar. Tiago ainda rodaria mais 130 KM até, finalmente, chegar a Montevidéu, onde os amigo já o esperavam.

“Simples assim”, lavou a moto, descansou e ainda aproveitou o passeio para conhecer Buenos Aires, capital Argentina.

Em seu regresso, com o frio de dois graus, o aventureiro deixou Montevideo às cinco da manhã e durante toda a viagem só pegou chuva na volta, 30 Km antes de Irati, mas foi o suficiente para ficar ensopado, recorda.

Tiago conta que ao longo do caminho não foi parado por nenhum posto policial e acrescenta: a estrada é boa e segura! recomendo a rota aos interessados e nem GPS não precisa levar, pois as placas são bem indicadas. Nosso amigo finaliza sua aventura convidando todos os rocknrodianos a viajar de moto.